grips and graps and cine brasilia

só agora na madrugada entendo porque estamos no bay park hotel, um lugar que é uma merda, a torneira do chuveiro saiu na mão do lucas e tinha uma coca aberta no frigobar. Eu divido o mundo entre os lugares que servem apresuntado e os que servem presunto. Estou no reino do apresuntado de fatias cortadas muito grossas. só valeu a andada descalço - de pés moídos - no deck de madeira, em cima das aguas do lago paranoá, aqui na frente, e conversa rápida sobre meninas, namoradas, plantas de poder e talvez algo de trabalho. Eu olhava a luz nágua e pensava em quão perfeito tudo tinha sido.

não ganhamos o prêmio. Mas quem ganhou, um projeto de rádio educativa em santarém no pará, ficou tão feliz. pensei no que eu ouvira pela manhã do presidente da fundação banco do brasil, sobre as pessoas que se misturam aos projetos e o sujeito já não é mais ele só, é ele e o projeto e vice versa. E vi que não estou assim, não ando tão misturado e nem quero isso. mas tem muita gente assim, e a moça e o senhor que ganharam festejaram muito, ela chorou, ela é assim. que bom, fiquei feliz com isso.

logo que chegamos no cine brasília em busca de uma festa ou algo mais legal, eu senti uma puta vibe e já fui me esparramando. Os amigos ficaram debatendo sobre esse ou aquele lugar, o forró ou rock'n roll, uma mesa de bilhar, meu brother fritando que ali estava tudo muito aberto para ele. Eu nem aí, ali tinha whisky e aceitava cartão, a moça era muito simpática, o dj rolou e botou muito som, e a pista bombou quando tocou besta é tu. e todo o mundo do filme premiado, sobre os novos baianos apareceu e a gente cantou alto. E logo depois tocou marinheiro só.

E quando eu saí eu encontrei a Polli e a gente conversou muito sobre goiânia, que é a terra dela, e toda a cena de música de vanguarda de lá. E a polli já desenhou uma capa de disco para a banda Rock'n roll e eu disse que o nome era péssimo e parece que a banda não era lá muito boa assim.