20.2.09

madero

Como que deixando eu não saber...simples não saber, que bom que isso pode ser e é. assim,..., ontem, ou antes de ontem, olhando os pinheiros, me dei conta do não saber e pensei no poeta garcia madero, que tem uma história linda de se fazer poeta, contada pelo bolaño, e assim é só não saber.

Um comentário:

Valentine disse...

"Não entender" era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma benção estranha como a de ter loucura sem ser doida. Era desisteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez.

Mas de vez enquando vinha a inquietação insuportável queria entender bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela nÃo entendia. Embora no fundo não quisesse compreender. Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado. Compreender era sempre um erro - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender.

Clarice Lispector