[Buenos Aires] Catre na sala, deitado sobre a colcha não muita limpa, mansidão de fim de tarde, parece interior, essa tranquilidade, a campaninha toca, Matias se vai pela porta afora, me crê dormindo, escuto una chica, curiosidade sempre, quem seria? como seria? volto a olhar para fora, um terraço incrível no apartamento, chão vermelho lá fora, velho, coisa que cheira a araquara ou matão ou lugar assim, um silêncio enorme cortado por vozes no céu, una pareja a conversar, fico intrigado, onde estão? saio, luz alaranjada no mundo, encontro num balcão acima do terraço o amigo argentino em conversa com una linda chica. nem tao linda assim, mas magra e tudo ao redor parece de uma leveza absoluta. Ela se encaixa, cabelos longos, morenos, boca larga. Hola! Hola! Trocamos gentilezas. Matias sempre está sorrindo, barba por fazer, como eu, ama Cuba e quer ler sobre o Ecosocialismo. Olho pro horizonte, me reencontro com um delicioso e antigo fetiche, ver a vida cotidiana dos outros pelas janelas, una rubia, las teles, siempre, fico olhando. Um casal em um sofá. A kombi amarela que admirei quando chegamos arranca e faz curva na esquina. Uma moto. Um menino de bicicleta.
Volto à conversa, que se encerra como deveria começar: ¿ Y tu cómo te llamas? Eugênia. Mucho Gusto, Daniel. Y volto para o catre a deixar passar o que seja.
3.3.09
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Um comentário:
daniel querido, jo soy carolina, te lembras? vc tá cheio de gracinhas...nao gostei.
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