[México]
Escuela Marcelino D'Avalos.
Fica no Centro Histórico. Caminhamos por calles antigas que antes eram ocupadas por camelôs. O governo limpou tudo. Às vezes ainda explode um conflito por causa disso. A lá 25 de março. A escola tem 160 alunos. Era dia de festa, sem aulas, comemoração na quadra.
Ao entrar na escola ficamos próximos ao portão. Uma das educadoras se aproxima e com ela uma menina vestindo boina rastafari. Apresentações. ? Sabes de donde és este chico? De Brasil. Sorriso tímido, foi embora. A educadora conta que essa menina, Jéssica, pintou o cabelo de vermelho. Queria se fazer fashion. É de uma etnia indigena e ao chegar em casa a mãe não tolerou e lhe arrancou a cabeleira. Como assim? Isso mesmo, arrancou, já era, dundun, ela ficou careca. Agora já esta melhor. Por isso a boina. Não sei se entendi. Se foi um ato para defender a sua cultura original, porque a nomearam de Jéssica, baita nome americanizado, com aroma de As Panteras anos 70?
Entramos na sala pra conversar com um grupo de seis educadoras (promotoras). Elas trabalham em 5 escolas no DF. Essa és considerada la peor por causa da violência. Começa a me lembrar o Brasil. Violência entre niños, professores y niños, pais y niños, direção y niños, professores y professores. Enfim, pegou um pegou geral (parabéns ao Padilha que levou o Urso de Ouro!). Dizem que a direção perdeu o controle. Já era.
As promotoras são animadas, engajadas, mobilizadas, lindas. Enfrentam a coisa de frente. Mas sabem dos seus limites, claro.
E contam que os niños de origem indigena são discriminados entre os demais. E como quase todos são niños trabajadores, desenvolveram outra forma de discriminação: o bem que se comercializa. Aquele que vende tênis tem mais força na hierarquia do que o que vende verduras. Criaram novas castas, modernizaram o arcaico. Tem muita roça pra carpir por aqui.
Conversa acabou. Saimos. Lindo o centro histórico. Uma aglomeração de gente à beira de uma obra com dutos no meio da rua. Perguntamos que pasa. Acharam uma pedra com desenhos, herança pré-hispânica. Incrível.
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